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Thiago Dias

Viva a guerra perdida!


O dia 20 de setembro é feriado no estado do Rio Grande do Sul. Na data, celebra-se a Revolução Farroupilha, também conhecida como Guerra dos Farrapos.


Nós gaúchos nos orgulhamos e adoramos essa homenagem a um dos episódios históricos mais importantes para a comunidade gaúcha. Mas uma parcela da população nem sabe do que se tratou essa guerra.


No século XIX, em 1835, a elite gaúcha, que vendia o charque para outros estados do Brasil, iniciou uma revolução contra o governo imperialista. Sentindo-se explorados, queriam taxação de impostos para os vendedores do Uruguai e Argentina. No ano seguinte, foi instaurada a República Rio-Grandense, que durou até 1845. Com um acordo de paz, o estado voltou a pertencer ao Brasil e foi posto um fim na guerra que durou dez anos.


O exército farroupilha contou com o apoio de muitos negros escravizados que, na esperança de libertação, em caso de vitória na guerra, lutaram lado a lado com os revolucionários. Essa libertação não aconteceu, pois o acordo de paz assinado era uma aceitação de termos propostos pelo governo, na condição de derrotados. Aliás, a Lei Áurea que extinguiu a escravidão no Brasil só foi sancionada 43 anos depois.


De lá pra cá, a data de início da Revolução Farroupilha continua sendo lembrada e comemorada no Rio Grande do Sul, mesmo que sejam confusos os motivos da celebração.


O que se comemora, portanto, é o nascimento e a manutenção até os dias de hoje, de uma identidade própria de um estado que lutou por ideais. O 20 de setembro, dia do gaúcho, não é dia de comemorar a derrota na revolução, mas sim de lembrar da bravura de um povo que, em um canto esquecido no continente, se fez ouvir por conta da insubmissão a uma monarquia.

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