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Vidas e histórias enterradas: o desastre do Rio Grande do Sul

Bairro de Mathias Velho, cidade de Canoas(RS) / Foto: Diego Vara/Reuters


Os desastres no Rio Grande do Sul tomaram grandes proporções. São mais de 204 mil pessoas fora de casa, 67 mil em abrigos, 165 mil desalojados e 107 óbitos. E isso tudo poderia ter sido amenizado, se houvesse interesse por parte do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.


O governador do estado ignorou um relatório feito pela Assembleia Legislativa que alertava quanto ao perigo iminente. O documento, produzido por uma Comissão de Representação Externa (CRE) e concluído em agosto de 2023, traz diversas propostas para combater os efeitos das mudanças climáticas nos municípios gaúchos. Além disso, o governador do estado alterou cerca de 480 normas do Código Ambiental do Rio Grande do Sul, o que provocou um “afrouxamento das leis de proteção ambiental”.


O Brasil não é um caso isolado. Antes fosse, ele é só mais um de diversos outros países que vem enfrentando fortes chuvas. Outros lugares do mundo, como a China, Quênia, Arábia Saudita e Emirados Árabes também sofrem com esse problema.

Imagem de satélite da cidade de Porto Alegre(RS) / Divulgação: Nasa


A falta de interesse, que sempre ocorreu, por parte dos chefes de Estado é assustadora. Uma matéria recente da BBC News mostra o programa que previu cheias no Sul e acabou sendo engavetado no governo Dilma.


"Os resultados dos estudos colocavam em xeque a viabilidade de hidrelétricas na região Norte como, por exemplo, a de Belo Monte [no Pará], dado que a modelagem e a avaliação de impactos sobre água e energia projetaram uma redução significativa das vazões dos rios da região. Isso assustou", diz Natalie Unterstell, coordenadora do programa “Brasil 2040”, em uma entrevista à BBC News.


O programa “Brasil 2040", que custou 3 milhões e meio de reais, tinha o intuito de mostrar como setores importantes da economia, como o agronegócio, a geração de energia e o nosso sistema de estrutura são vulneráveis e como poderiam ser afetados em um futuro próximo, mas foi ignorado pelo governo da época.


Esses desastres não são recentes, e não vão ser únicos. Enquanto o povo não escolher líderes que não pensem apenas em si mesmo, ao invés de cuidar do planeta e da população que nele mora, continuaremos assim, tendo que lutar por nós mesmos, enquanto eles aproveitam a vida de luxo em seus apartamentos caros.


É o pobre ficando mais pobre, perdendo tudo em enchentes e desastres climáticos, e o rico cada vez mais rico, faturando às custas do povo.


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