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‘TA | Sobre ser grande’ traz questão dos povos originários com coreografia impactante


A companhia Corpo de Dança, do Amazonas, apresentou nos dias 30 e 31 de março o espetáculo “TA | Sobre Ser Grande”, no Teatro da Reitoria, Centro de Curitiba. A apresentação fez parte da Mostra Lúcia Camargo do 32º Festival de Curitiba e contou com casa cheia em sua estreia, foi aplaudida em pé por vários minutos após seu encerramento. A direção, concepção artística e coreografia são de Mário Nascimento.


Os povos originários são tema central do espetáculo, cujo nome significa “grande” e vem do povo Tikuna, etnia indígena do Amazonas. O nome representa não somente esse grupo, mas todo o conflito que é vivido até hoje por essas populações para garantir sua sobrevivência. Em bate-papo com o público, Mário relatou como a própria concepção da peça se dá no período da pandemia de Covid-19, quando percebeu um impacto ainda maior nessas pessoas.


“Esses povos são os maiores protetores da floresta, e, com a extinção deles, se extingue também a floresta”, disse o diretor, reforçando a mensagem que a companhia busca disseminar. Para ela, a luta dos povos originários é uma luta do povo brasileiro.


A trilha sonora, assinada pelo DJ Tubarão, é composta por sons da natureza, vocalizações e expressões características dos povos originários, também por batidas eletrônicas, que, de acordo com o próprio DJ, são propositalmente altas e desconfortáveis. A coreografia, muitas vezes violenta e agressiva, se torna intimidadora em várias partes do espetáculo, como um convite a essa luta. Esse impacto direto na plateia, comum no teatro, pode acabar incomodando o espectador mais inexperiente. A dança, que não busca protagonizar nenhum dos integrantes do elenco, também exige do olhar do espectador, que pode ter dificuldade em focar em um ponto ou outro do palco – mas é justamente na unidade do grupo que o espetáculo ganha força e significado.


Outro ponto alto da narrativa é o figurino, assinado por Ian Queiroz, que acompanha o desenrolar do espetáculo com a precisão e a discrição necessárias para trazer significados e beleza à apresentação sem conflitar com os movimentos da coreografia ou mesmo outros elementos narrativos.


Elogiado por um espectador sobre a construção do figurino, Ian explicou: “Quando o Mário me convidou para fazer o figurino, eu fui atrás de algumas referências das pessoas que estão aqui na companhia […]. A partir disso, a gente vai construindo uma não-narrativa […], a gente vai dando uma crescente ao corpo, as peças vão aparecendo e sumindo”. Além de trajes típicos dos povos originários, botas e blazers assinam a composição.



A Uninter é uma das patrocinadoras da 32ª edição do Festival de Teatro, e a Central de Notícias Uninter (CNU), em parceria com a Agência Mediação, realizará a cobertura do evento com a participação dos alunos do curso de Jornalismo. Conheça a ação e saiba mais pelo link.

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