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Gerson Costa

Programa combate insegurança alimentar e impede avanço de mortes por desnutrição

Financiado pelo Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza, o Prato Fácil garantiu 1.128.867 de refeições

Prato Fácil distribui marmitas a R$ 2,00 para pessoas em situação de vulnerabilidade

(Foto: Secom/RO)


Com a população estimada em 1,5 milhão de habitantes, a prévia do último censo do IBGE apontou que o Estado de Rondônia registrou 53% de pessoas que padecem de algum tipo de insegurança alimentar. Desse total, 15,1% apresenta quadro grave, aumentado as estatísticas do mapa brasileiro da fome.


Segundo o DataSus, no período de 2018 a 2020, 27 pessoas morreram de desnutrição e suas sequelas. Com os efeitos da pandemia do novo Coronavírus, a tendência é que esses números aumentem, já que as duas maiores causas da fome são o desemprego e a baixa renda, como mostra a pesquisa do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (Vigisan), realizada entre novembro de 2021 e abril de 2022 pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN).


Gráfico produzido a partir dos dados disponibilizados pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN)


Para minimizar os efeitos da pandemia e reduzir a fome, a Secretaria de Ação Social do Governo de Rondônia lançou o programa Prato Fácil, credenciando restaurantes em vários municípios para comercializar marmitex ou prato feito a R$ 2, para pessoas em situação de vulnerabilidade. O restante dos custos é coberto pelo Fundo Estadual de Combate a Erradicação da Pobreza (Fecoep). Em um ano e oito meses, foram servidas 1.128.867 refeições em 18 restaurantes, das quais 845.201 em Porto Velho, capital do Estado, onde o programa foi iniciado em 17 de maio de 2021.


Centenas de pessoas já foram atendidas com refeições prontas

(Foto: Secom/RO)


Em entrevista, o governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), explicou

à reportagem que a proposta é facilitar o acesso de pessoas em situação de vulnerabilidade a refeições saudáveis e de baixo custo com base na Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado. “Criamos o programa com o intuito de amenizar os impactos causados pela pandemia da Covid-19, em especial nas famílias em situação de vulnerabilidade com o CadÚnico em Rondônia, mas o Prato Fácil vai mais além, pois movimenta a cadeia produtiva gerando emprego e renda”, afirmou o chefe do Executivo estadual.

Desemprego e dívidas, fatores que aumentam a crise

Conforme os dados registrados pela pesquisa do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, o desemprego e as dívidas são dois fatores decisivos para o aumento da escalada da fome no Brasil. Uma pesquisa divulgada pelo Serasa, mostra que o índice de inadimplência em Rondônia chega a 44% da população. Segundo o estudo, grande parte das pendências com bancos, cartões e as chamadas Utilities (contas básicas, como água, luz e gás) foi gerada pela perda dos empregos na classe trabalhadora, principalmente do comércio que se recupera lentamente após o baque da pandemia do novo Coronavírus. As projeções do DataSus apontam que nos próximos seis anos a população de Rondônia dará um salto para 1,9 milhão de pessoas, o que torna urgente a adoção de medidas para mitigar o problema do desemprego e falta de renda.

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