Em feito inédito, o curso de Jornalismo da Uninter firmou uma parceria com a TV Cultura para que produções audiovisuais jornalísticas realizadas pelos estudantes do centro universitário sejam veiculadas em rede nacional. Apenas dois dias antes da data em que se comemora o Dia do Jornalista, o protocolo de intenções foi assinado no dia 05 de abril. A data foi marcada por celebrações ao convênio e aos profissionais da área, durante todo o dia.
“Essa parceria com o Grupo Uninter Educacional é importante na nossa história, porque reinventa também os nossos passos. Os desafios são grandes, nunca foram e nunca serão fáceis, mas o gosto está aí em superá-los […] É a primeira vez que um grande projeto de integração de alunos de Jornalismo com a área de Jornalismo da TV Cultura vai acontecer dentro dos 55 anos que a emissora completa em 2024. É levar a experiência da academia, dos alunos que estão na efervescência dos seus estudos. Vamos levar essa característica dos jovens de hoje, trazer a notícia com qualidade de forma imediata”, afirmou o diretor da TV Cultura, Fabio Chateaubriand.
De acordo com o diretor da Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios, Elton Schneider, das 35 instituições de ensino que oferecem o curso a distância de Jornalismo, o da Uninter possui a nota máxima do Ministério da Educação (MEC) e é o que tem a melhor nota de Conceito Preliminar de Curso (CPC), conquistada no Enade 2022. Segundo Elton, parcerias como essa são reflexo de um curso com bons resultados, que expressam a qualidade ofertada aos estudantes.
O coordenador do curso de jornalismo, Guilherme Carvalho, salienta que a graduação de Jornalismo da Uninter é a primeira e a maior do Brasil na educação à distância. E garante ainda que, com alunos em todo o Brasil, eles têm plenas condições de cobrir fatos e eventos de diferentes localidades. Além de dar visibilidade para a produção dos futuros profissionais, que serão motivados a produzir com maior qualidade.
“A produção é feita pensando na realidade do aluno. E eu, particularmente, fico muito feliz com a possibilidade de parceria com a TV Cultura, porque para mim é uma referência de emissora. Acredito muito que, se há um espaço privilegiado para a produção de um jornalismo qualificado, honesto, voltado para o fato de atender ao interesse público, são as emissoras públicas que têm essa possibilidade. Tenho certeza que vai dar muitos bons frutos para nós”, afirma o coordenador.
O curso já vinha de uma parceria com a TV Profissão, mantida pela Fundação Wilson Picler e afiliada da TV Cultura no Paraná. Para o presidente do conselho da TV Profissão, João Carlos Peters, a televisão hoje é a união entre tecnologia, comunicação e educação, com o importante papel de democratizar o saber. “Mais do que seduzir telespectadores, estamos aqui para dar informação no exercício da cidadania, para o acesso democrático ao ensino e à aprendizagem”, complementa.
A iniciativa surgiu de um desejo do chanceler do Grupo Uninter, Wilson Picler, de que os estudantes pudessem produzir e se desenvolver profissionalmente a partir da visibilidade em rede nacional.
“A TV Cultura é uma grande emissora, está no rol das grandes produtoras de conteúdo do mundo. Temos consciência disso e essa parceria é motivo de muita honra, um orgulho para nós. Mas o maior beneficiário é o estudante, que vai ter a oportunidade de mostrar para o Brasil toda a sua competência. E a Cultura vai desenvolver um papel fundamental, que é trazer ao conhecimento do povo brasileiro esses talentos. Só uma emissora nacional poderia fazer isso. Cultura e educação andam juntos”, declara Picler.
Os profissionais firmaram o acordo da parceria no período da tarde, com a assinatura do protocolo de intenções, junto ao vice-reitor do centro universitário e presidente da Fundação Wilson Picler, Jorge Bernardi. E ainda participaram da programação em celebração à parceria durante todo o dia.
Pela manhã, estiveram presentes no programa Conversa com o reitor, apresentador pelo reitor Benhur Gaio e transmitido pela Rádio Uninter. E em comemoração ao Dia do Jornalista e para anunciar a novidade, à noite aconteceu o evento Jornalismo em Pauta, que debateu o Jornalismo em tempos de fake news: entre a mediação e formação de opinião, com a jornalista Joyce Ribeiro, que apresenta o Jornal da Tarde da TV Cultura. A cerimônia ao vivo foi realizada no auditório do campus Garcez da Uninter, com transmissão para toda a comunidade por meio do canal de Youtube do Grupo Uninter.
Na oportunidade, o presidente da TV Cultura, José Roberto Maluf, deixou um recado em vídeo para o público. “É um prazer estar com todos, em um momento em que estamos firmando um compromisso para a educação. A maior instituição de educação à distância é a Uninter e é com ela que temos o prazer e a alegria de fazer esse convênio. Vamos falar de educação com toda a nossa rede, formada por 65 emissoras de cobertura nacional, em 26 estados e o Distrito Federal. Levar educação aos mais distantes pontos do país, sempre estando junto à Uninter. Será um prazer tê-los conosco nesta jornada”, finalizou.
Também foi apresentada uma reportagem piloto do projeto, realizada pelos estudantes de Jornalismo Maria Luiza Nogueira e Matheus Fabro, estagiários da agência experimental do curso de Jornalismo, a Mediação. Em breve, os alunos do curso terão todas as informações e orientações para as produções no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) Univirtus.
O papel do jornalista dentro do cenário de desinformação
A jornalista Joyce Ribeiro ingressou na graduação pensando em trabalhar na televisão. Iniciou a carreira em 1998 e tem um extenso currículo, com passagens por diversas emissoras e cargos, além de publicações de livros. Atualmente na TV Cultura, ela falou sobre a trajetória acadêmica e profissional, principalmente a respeito dos desafios e caminhos que enxerga dentro do cenário de desinformação atual.
Questionada sobre a visão que tem sobre o papel do jornalismo, Joyce percebe a necessidade da formação profissional, de incentivar e incrementar cada vez mais a formação técnica da notícia jornalística, que sempre foi importante, mas também sempre carregou críticas quanto à necessidade ou não da certificação acadêmica.
“Profissionais da área de jornalismo que se formaram e buscaram as bases do jornalismo para seguir uma profissão que nos direcionasse enquanto profissionais dentro daquilo que consideramos essencial. A credibilidade, a busca da verdade, o escutar os dois lados, abrir o espaço para o questionamento de quem nos assiste. Não levamos verdades absolutas, mas propomos aquilo que produzimos em uma embalagem de notícia jornalística e que foi muito apurado dentro dos critérios acadêmicos, aperfeiçoado ao longo dos anos. Isso tem imenso valor cada vez mais, eu acredito”, afirma.
Joyce aponta que um dos exercícios que precisam ser praticados diariamente na redação, na intenção de levar o jornalismo verdadeiro para as pessoas, está o cuidado com o imediatismo. Embora o veículo da televisão, no qual atua, seja rápido e dinâmico, acompanhando a evolução tecnológica, é importante chegar todas as formas possíveis de se levar a notícia certeira, ainda que não seja a primeira a noticiar.
“Para ter um jornalismo bem feito, dentro de tudo o que acreditamos, passamos por diversas fases de produção, com inúmeras pessoas envolvidas. Fazer jornalismo é difícil, atender às exigências dos dias atuais à rapidez que sempre será uma imposição, com as novas tecnologias, os novos formatos de comunicação, a nova forma de acessar nosso telespectador, tudo isso é muito trabalhoso e chegar a uma forma amadurecida de levar esse produto, exige muito tempo de pesquisa. Buscamos maneiras cada vez mais eficientes de levar essa informação, isso muda todos os dias e vai exigir cada vez mais nossa energia de trabalho”, explica.
A profissional pensa que o fato de se deparar cada vez mais com a problemática das notícias falsas e precisar combater no dia a dia, leva os jornalistas para os caminhos das bases de formação, “cada vez mais intencional, técnica, acadêmica e criteriosa”. No entanto, não há soluções prontas, que precisam ser analisadas e perseguidas a todo o momento. “Uma coisa é certa: longe do jornalismo sério, profissional, que foi preparado nessa intenção de olhar criterioso, para as bases acadêmicas, não conseguiremos avançar. A base precisa ser mantida, ainda que modernizada”, salienta.
Sobre as tentativas de censuras impostas, mesmo que ao colocar para os jornalistas a responsabilidade do que as fontes falam, Joyce não hesita ao dizer que “às liberdades conquistadas não há passos de retrocesso. Não podemos permitir a possibilidade, quero não enxergar caminhos para isso, e o que pudermos fazer diariamente para que isso não aconteça, vamos fazer”, conclui.
A apresentadora disse ainda que fica “especialmente feliz” com a aproximação e parceria da Uninter com a TV Cultura, pois acredita no fortalecimento de tudo que se refere à importância da educação no curso de Jornalismo, ao jornalismo profissional e o direcionamento fundamental que o projeto irá produzir.
Durante a conversa mediada pela professora de jornalismo Larissa Drabeski, a jornalista respondeu a perguntas daqueles que acompanhavam presencialmente ou pela transmissão ao vivo. O bate-papo completo segue disponível para livre acesso.
No período da tarde, Joyce participou ainda da 32ª edição do videocast Midiatize, produzido pelos professores dos cursos de comunicação da Uninter. A profissional abordou o tema Informação e responsabilidade: o papel dos profissionais em tempos de amadorismo ao vivo, junto aos professores Guilherme Carvalho, Alexandre Correia e Maria Carolina Avis.
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