O assédio na internet existe desde que ela foi criada. Infelizmente, muitas pessoas, principalmente as crianças, sofrem desse mal que assombra os mais fragilizados. Atualmente, com o surgimento das redes sociais o aumento de casos tem piorado gradativamente. Segundo a Safernet Brasil, uma ONG brasileira que ajuda na prevenção ao abuso sexual infantil online. O número de denúncias novas com imagens de abuso e exploração sexual infantil aumentou 78,93% nos primeiros dez meses de 2023 em relação ao mesmo período do ano anterior.
Recentemente, o caso de uma menina de apenas 14 anos de idade, abusada virtualmente por um garoto de 17 anos, ganhou grande repercussão nas redes. O menino encontrava suas vítimas no aplicativo de jogos Roblox e convencia as garotas a migrarem para outro app, conhecido como Discord, neste novo canal, ele as convencia a enviar fotos íntimas e cumprir "desafios". Esse não é o primeiro caso registrado no Discord, pois o aplicativo já contou com um de seus usuários preso por divulgação de pornografia infantil.
No Brasil, 93% de crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos de idade usam a Internet, de acordo com pesquisa realizada em 2021 pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic). E segundo uma pesquisa realizada pela empresa de cibersegurança NortonLifeLock, 42% dos pais permitem que seus filhos menores de 18 anos acessem a internet sem nenhum tipo de monitoramento, assim, aumentando mais os casos de assédios e abusos online.
Em 2019, nos Estados Unidos, o TikTok, uma plataforma de vídeos curtos, foi multado em 5,7 milhões de dólares por coletar ilegalmente dados de menores de idade em sua plataforma. Levando em consideração que quase metade dos usuários da rede são menores de idade, o TikTok instaurou a Sincronização Familiar, em que os pais podem vincular sua conta à dos filhos para acessar o conteúdo que está sendo exibido. Com essa nova função, os adultos responsáveis podem ter uma noção do que os menores estão acessando na internet, correndo assim menos perigo.
No entanto, ampliar os mecanismos de controle dos pais e responsáveis não é suficiente. Cabe também a conscientização das próprias crianças e adolescentes quanto aos riscos a que estão expostos.
Por esses motivos, a educação sexual, tanto nas escolas quanto em casa, é muito importante. Com esse tipo de ensino a criança possui maior capacidade de compreender e adquirir responsabilidades sobre o próprio corpo, a própria saúde e a própria higiene. Fortalecer a educação sexual para meninos e meninas não é estimular a sexualidade precoce, é dar subsídios para que eles possam entender o próprio corpo e compreender os limites que devem ser estabelecidos na interação com outras pessoas.