Segundo pesquisas, luzes emitidas por aparelhos eletrônicos afetam o sono
A recepcionista, Rute Tânia (51), utiliza o celular todas as noites
Dormir bem está entre um dos principais requisitos para se ter uma vida saudável. A frase parece clichê, mas é a mais pura verdade e já foi, inclusive, comprovada pela ciência em diversos estudos: ter uma noite de sono tranquila faz muito bem à saúde.
De acordo com pesquisas e estudos, dormir, pelo menos, sete ou oito horas por noite evita riscos à saúde. Mas nos últimos tempos, a qualidade do sono tem sido bastante afetada por diversos fatores, como: ansiedade, preocupação e o uso de aparelhos eletrônicos na cama, como o smartphone, o famoso celular, antes de dormir. Este último é um dos principais causadores de insônia em diversas pessoas de várias idades. Estudos indicam que a luz (principalmente a azul) emitida por eles estimula o cérebro a ficar mais tempo ativo – o que faz com que o indivíduo demore mais para dormir.
Demorar mais tempo para pegar no sono, ter duração de sono menor e, até mesmo, a insônia, é um dos problemas que a funcionária de uma autarquia de trânsito e estudante de Recursos Humanos, Gislane Bernardino Santana, 23 anos, enfrenta. Ela afirma que utiliza o celular todas as noites antes de dormir (enquanto está deitada na cama): “Quando não uso o meu, uso o do pessoal aqui de casa”, relata a jovem, que também afirma demorar para dormir. “O sono some”, completa a moradora de Ipojuca, região metropolitana do Recife, Pernambuco. Gislane diz também que só consegue dormir a partir de 2 horas da manhã (às vezes, às 3h), que no dia seguinte se sente cansada, mas não pode dormir – a universitária também trabalha durante o dia, o expediente começa às 8h da manhã.
Diferente de Gislane, a funcionária pública de Ipojuca-PE,Rubenita Maria dos Santos, 34 anos, afirma não ter dificuldades para dormir. Ela usa pouco o celular à noite: “Às vezes dou uma olhada”, pontua. Também estudante de Recursos Humanos, Rubenita explana que utiliza o modo escuro no seu celular. Ou seja, a tela do aparelho fica com o fundo preto e as letras brancas. Ela também diz que diminui o contraste e o brilho da tela e que por isso não encontra muitas dificuldades para dormir.
Seja celular, tablet, notebook ou televisão, o uso de telas antes de dormir não é indicado para nenhuma faixa etária. É o que afirma a psicóloga Emanuelly Araújo.
“É como se o nosso cérebro não entendesse que ali é o momento do relaxamento, que ali é o momento de dormir e de se desconectar para o que o sono chegue”.
Ela explica que ao usar telas antes de dormir, o cérebro fica mais aceso e acordado, ou seja, mais ativo e desperto. “É como se o nosso cérebro não entendesse que ali é o momento do relaxamento, que ali é o momento de dormir e de se desconectar para o que o sono chegue”. Explica a psicóloga. Emanuelly também indica que “pelo menos uma hora antes de dormir, não se use nenhum tipo de tela”, afirma. A psicóloga ainda indica sessões de meditação, yoga e que deixe o quarto mais escuro: “Porque aí o nosso cérebro vai entendendo que é o momento de dormir”, explica. Estudos já comprovaram que usar telas antes de dormir diminui os níveis de melatonina – hormônio que ajuda a adormecer.
Matéria produzida por Alexsandro Renan para a editoria EAD: Um Marco Zero em casa canto do projeto Marco Zero - Edição 71.