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“O Acidente” aborda a vontade de construir uma família

Autor: Evandro Tosin - Jornalista

Em meio ao trânsito movimentado de Porto Alegre, a ciclista Joana (Carol Martins) é fechada e freia bruscamente. Joana vai tirar satisfação e, assustada, a motorista acelera. Assim, carrega a ciclista no capô do carro por vários metros.

A ciclista sobrevive, mas suas vidas e os laços sociais são alterados com esse fato.


Isso porque o filho da motorista, Maicon (Luiz Felipe Xavier), ainda uma criança, gravou um vídeo desse momento, que repercutiu nas redes sociais. Apesar de tentar esconder o ocorrido da companheira, Cecília (Carina Sehn), Joana fez um boletim de ocorrência.


Paradoxalmente, o acidente leva a uma aproximação da ciclista com a família da pessoa que a atropelou.

Joana, que se preparava com sua companheira para uma gravidez, passa a confrontar duas realidades – de um lado, uma família de casal LGBTQIA+. Do outro, a família tradicional brasileira.


Abordando conflitos vividos por muitas mulheres na relação com a maternidade, “O Acidente” é o primeiro longa-metragem do diretor gaúcho Bruno Carboni, e foi desenvolvido no Torino Film Lab 2018, na Itália. Lançado no 32º Cine Ceará, em outubro de 2022, também foi exibido no 12º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba no Cine Passeio, realizado entre os dias 14 e 22 de junho de 2023.


Para Carboni, a intenção do filme também é mostrar que a nossa vida não é linear, tudo pode se alterar por conta de um fato, e através de relacionamentos. “Esse encontro vai transformando e movimentando as vidas. Embora tenha esse evento inicial, é feito de vários acidentes. As pessoas, mesmo em lados diferentes, acabam influenciando a vida das outras e se conectando. Queria falar sobre como são as relações orgânicas. As vidas vão se afetando, é o enigma do outro”, afirma o diretor.


De acordo com a jornalista Tatiana Michaud, que assistiu ao filme, o longa-metragem é bastante envolvente, nasce da história central do acidente para a vida de outras pessoas e você acaba se apegando aos personagens. Segundo a estudante de Cinema e Audiovisual Mariana Galarça, ao assistir “O Acidente”, ela sentiu empatia e agonia, por se identificar com a necessidade do protagonista em tomar decisões.




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