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Ynara Mattos

Iniciativa global testa a viabilidade da semana de trabalho reduzida em quatro dias


Recentemente, a iniciativa do 4 Day Week Global chegou ao Brasil em parceria com a Reconnect Happiness at Work. O objetivo é testar a viabilidade de reduzir a jornada de trabalho para quatro dias, seguindo o princípio 100 - 80 - 100, mantendo 100% do salário, trabalhando 80% do tempo, e alcançando 100% de produtividade.


Mais de quinze empresas participam do projeto piloto no Brasil, iniciado em novembro e com duração de seis meses. Ao término, cada instituição decidirá pela adesão ou não ao esquema de 4 dias de trabalho na semana. Os selecionados para a avaliação passaram por testes e treinamentos para integrar o projeto à organização e adaptar os colaboradores.


No Brasil, mais de 72% dos profissionais que atuam em escritórios acreditam que seriam mais produtivos com uma semana de quatro dias úteis em vez de cinco, conforme revela a pesquisa "Para além da revolução do híbrido: o paradoxo do trabalho flexível na América Latina". A pesquisa foi conduzida com profissionais de várias faixas etárias e níveis hierárquicos na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica e México.


Em países como o Reino Unido, o período de testes já se encerrou e, 92% das empresas participantes optaram por continuar com a semana de trabalho reduzida. Além do mais, 71% dos funcionários notaram uma redução de quadros de burnout e um aumento nas receitas.


Em países como o Reino Unido, o período de testes encerrou, e 92% das empresas participantes optaram por manter a semana de trabalho reduzida. Além disso, 71% dos funcionários notaram uma redução nos quadros de burnout e um aumento nas receitas.


Aline Gomes, Neuropsicóloga, destaca que, ao se originar de uma cultura há muito tempo estabelecida, especialmente após a revolução industrial, onde se tornou comum dedicar mais tempo ao trabalho e menos tempo para si, surgem desafios. Além disso, o aumento do tempo dedicado ao trabalho, muitas vezes inserido em uma cultura ou empresa com perfil muito opressor e agressivo, contribui para o desenvolvimento da normalizando de passar a maior parte do tempo no local de trabalho.


"Quando se dispõe de um pouco mais de tempo para cuidar de si e, ao mesmo tempo, se reduz o tempo em um ambiente opressor (pois o burnout geralmente se origina nesses locais), não se observa o surgimento do burnout. Nas empresas que se preocupam com a saúde mental do colaborador, ainda assim, o burnout passa despercebido. Nestas empresas opressoras, com um clima organizacional comprometido, ao proporcionar mais tempo para si, percebe-se uma melhora na autoestima. É possível vislumbrar a superação da depressão e, ao mesmo tempo, a manutenção da autoestima, a redução da ansiedade e a preservação do equilíbrio emocional, que está diretamente relacionado à depressão. Dessa forma, ao ter mais tempo para se regular, é possível manter um estado saudável”.

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