Especialistas apontam para a importância da educação financeira e do investimento responsável como solução
O dinheiro desempenha um papel fundamental no cotidiano da sociedade; no entanto, a discussão em torno da educação financeira e do mundo dos investimentos é pouco debatida. O constante aumento no número de endividados é uma realidade preocupante. De acordo com um recente estudo conduzido pela Genial/Quaest e divulgado pelo jornal O Globo em 24 de agosto, quase metade dos cidadãos endividados no Brasil (representando 46% da população) destina mais da metade de seus salários para quitar suas dívidas.
Diante desse cenário, a necessidade de promover a conscientização sobre educação financeira para a população brasileira, sobretudo para os jovens, se torna ainda mais premente. A capacitação, o ensino voltado para a gestão financeira e o acesso ao universo dos investimentos são elementos cruciais na busca pela redução das taxas de endividamento no país ao longo dos próximos anos.
Bruno Rocio, Assessor de investimento da Raro Investimentos, explica que no geral, as pessoas podem se endividar por uma variedade de razões, e as causas podem variar de acordo com a situação individual de cada pessoa. No entanto, algumas das razões mais comuns que levam as pessoas a esse cenário são as seguintes: gastos excessivos, despesas médicas inesperadas, perda de emprego, empréstimos individuais e financiamentos, vícios em jogos de azar ou comportamento compulsivo.
“Muitas pessoas se endividam devido ao consumo excessivo e ao estilo de vida acima de suas possibilidades financeiras. Isso pode incluir a compra de itens de luxo, jantar em restaurantes caros regularmente ou fazer compras por impulso. Problemas de saúde não planejados, doenças graves ou acidentes podem levar as pessoas a acumular dívidas médicas substanciais, especialmente se não tiverem um seguro de saúde adequado. Quando alguém perde o emprego ou enfrenta uma redução significativa na renda, pode ser difícil cobrir as despesas básicas, levando a pessoa ao endividamento”, esclarece o assessor
Os hábitos financeiros são moldados desde a infância. Ao introduzir a educação financeira, os jovens têm a oportunidade de desenvolver uma compreensão sólida das finanças desde cedo. Pois, ao aprender sobre orçamento, poupança e investimentos, os estudantes estão melhor preparados para tomar decisões mais bem informadas e evitar o endividamento excessivo no futuro.
Para aqueles que buscam dar os primeiros passos no mundo dos investimentos, é de suma importância adquirir conhecimentos básicos sobre as opções disponíveis no mercado financeiro, bem como compreender o próprio perfil investidor - se conservador, moderado ou arrojado. Pois, ele será a bússola que irá orientar na hora de fazer os seus investimentos, sejam eles de renda fixa ou de renda variável. Além disso, antes de ingressar no mundo, é necessário elaborar um planejamento financeiro para que o possibilite enxergar de maneira clara a sua renda e o seu patrimônio mensal. O ideal é antes de investir quitar todas as dívidas e pendências financeiras.
Uma abordagem prudente envolve começar com investimentos de baixo risco, como os fundos de renda fixa, que proporcionam maior estabilidade inicial. Além disso, aproveitar recursos educativos oferecidos por instituições financeiras respeitáveis, participar de cursos online e buscar aconselhamento de pessoas mais experientes ou que já fazem algum tipo de investimento podem ser passos fundamentais rumo a uma trajetória de investimentos bem-sucedida e sustentável.
Rocio compartilha que, começar a investir é uma decisão financeira importante que pode ajudar as pessoas a construir riqueza ao longo do tempo. No entanto, é essencial tratar o investimento de forma cuidadosa e responsável, respeitando o perfil de cada um, momento de vida, necessidades e objetivos de curto, médio e longo prazo.
Como começar a investir?
O especialista e assessor de investimento, Bruno Rocio, separou algumas dicas para quem deseja realizar os seus primeiros investimentos.
1- Estabeleça objetivos financeiros claros: Antes de começar a investir, defina metas financeiras específicas. Isso pode incluir economizar para a aposentadoria e/ou independência financeira, comprar uma casa, pagar a educação dos filhos ou criar um fundo de emergência para eventuais despesas imprevistas. Ter objetivos claros ajudará a orientar suas decisões de investimento.
2- Crie um orçamento: Antes de investir, é fundamental ter controle sobre suas finanças pessoais. Faça um orçamento que detalhe sua renda, despesas e dívidas. Isso ajudará a determinar quanto dinheiro você pode alocar para os seus investimentos.
3- Pague as dívidas primeiro: Se tiver dívidas com um juro muito alto, como cartões de crédito, considere priorizar o pagamento delas antes de investir. As taxas de juros das dívidas geralmente superam os retornos dos investimentos, tornando a redução ou mesmo a eliminação delas uma estratégia financeira mais adequada.
4- Crie uma reserva de emergência: Antes de investir em produtos mais arriscados, reserve um fundo de emergência suficiente para cobrir despesas inesperadas, como reparos de casa ou despesas médicas. Um fundo de três a seis meses de despesas já é um bom começo.
5- Se puder, aprenda sobre os diferentes tipos de investimento: Existem várias classes de ativos, como ações, títulos, imóveis, fundos de investimentos e ETFs (Exchange-Traded Funds). Dedique tempo para entender como cada tipo de investimento funciona e seus níveis de risco e retorno.
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