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Marcelo Campos

Estado de São Paulo vira principal foco da febre maculosa em 2023

Aumento de casos repentino preocupa autoridades de saúde do estado. Prevenção passa pela contenção de propagação do carrapato transmissor

Complexo Lavapés em Mogi Mirim é alvo de ação para combate ao carrapato transmissor da febre maculosa.

Foto: Secretaria de Comunicação

O ano de 2023 fica marcado em São Paulo por ser o foco principal da Febre Maculosa, doença transmitida pelo contato do carrapato-estrela infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. De acordo com o Ministério da Saúde, já estão confirmados 20 casos com 11 óbitos no primeiro semestre desse ano. Números que assustam, principalmente pela região de Campinas ser o epicentro de um surto da doença no mês de junho. Uma festa intitulada “Feijoada do Seo Rosa” no distrito de Joaquim Egydio em Campinas, interior de São Paulo, concentrou 17 notificações e quatro mortes. Para efeitos de comparação, segundo a secretaria municipal de saúde de Campinas, no ano de 2022, a cidade teve 11 casos confirmados com sete mortes.


A evolução dos casos preocupa a região como um todo, a cidade de Mogi Mirim confirmou mais uma morte, após um morador frequentar o complexo Lavapés, local de grande circulação de municípios, principalmente aos finais de semana. Oberdan Quaglio, secretário municipal do meio ambiente destaca a medida emergencial que está sendo instalado na cidade, que é um compartimento que servirá para identificar se as capivaras estão contaminadas com a febre maculosa. “Vamos cevar o local [oferecer alimento] para que as capivaras sejam atraídas a esse espaço. Com isso, faremos a sorologia nos animais. Aquelas que estavam contaminadas, irão solicitar o abatimento. E também serão castradas e identificadas com microchips. É um trabalho técnico, com uma equipe especializada no manejo de animais silvestres”.


Oderban Quaglio é secretário de Meio Ambiente da Prefeitura de Mogi Mirim. Foto: Assessoria de Comunicação.

A transmissão se dá pelo contato da pele com o carrapato por pelo menos quatro horas, os carrapatos mais jovens e de menor tamanho são os mais perigosos, porque são mais difíceis de serem vistos. Não existe transmissão de uma pessoa para outra. A doença é silenciosa e os sintomas se confundem com a de uma gripe comum como febre alta, dor no corpo, dor da cabeça, falta de apetite, desânimo. Manchas avermelhadas aparecem, tornando-se salientes. Segundo Elba Lemos, pesquisadora da Fiocruz, por ser uma doença de alta letalidade, é importante ser identificada logo nas primeiras horas para que o tratamento seja eficaz: “Apesar de ser considerada uma doença de baixa frequência, a taxa de mortalidade é elevada, devido à agressividade da Rickettsia rickettsii para o organismo humano, falta de diagnóstico adequado e de tratamento precoce. Nas últimas décadas, praticamente todos os casos de óbito por febre maculosa tiveram o diagnóstico inicial de dengue. Diante de um caso suspeito, deve-se colher o sangue para a análise laboratorial e iniciar o tratamento imediatamente, mesmo sem a confirmação laboratorial.”


Evolução de Casos no Estado de São Paulo




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