A história da menina paquistanesa, que foi baleada pelo talibã por defender o direito das meninas irem à escola, ganhou uma versão teatral infantil. Um dos nomes mais emblemáticos da luta pelos direitos humanos, Malala é a pessoa mais jovem a ser laureada com o prêmio Nobel. Em 2014, em reconhecimento à sua história e luta, a paquistanesa recebeu a condecoração do Nobel da Paz. Um ano antes, ela tinha sido reconhecida com os prêmios Sakharov e com o Internacional Catalunha.
Confira o recado que a equipe de atores mandou para a agência Mediação
A peça “Malala, a menina que queria ir para a escola” é a primeira adaptação teatral do livro-reportagem da premiada escritora e jornalista Adriana Carranca. O espetáculo foi encenado pela atriz Tatiana Quadros, com direção de Renato Carrera e adaptação de Rafael Souza-Ribeiro. A produção tem canções originais de Adriana Calcanhotto.
“Falar sobre Malala é, antes de tudo, falar de amor. Amor ao conhecimento. Amor à liberdade. Amor à justiça. Amor às crianças. Amor à humanidade. Malala é fruto do amor, essência da sua própria família. Uma família que não cortou suas asas. Amor que transcende e transborda pelo mundo”, relata a atriz Tatiana Quadros nos agradecimentos da peça.
Peça encena a história da Nobel da Paz de 2014, Malala
A narrativa comovente começa com a jornada da jornalista brasileira, que foi em busca da história da jovem, e que no caminho passou por grandes apuros até a volta ao país. As cenas são reproduzidas com muita leveza e alegria e com um olhar de que o amor supera tudo.
“É muito bacana a peça, porque nela nós trazemos a vida de Malala que é uma história densa, pesada, de uma menina que sofreu um atentado brutal do grupo talibã por defender o seu direito de estudar. Ao mesmo tempo, contamos essa história verdadeira sem omitir nada das crianças, mas de uma maneira muito leve”, afirma a atriz Tatiana Quadros.
A missão de Adriana Carranca era perigosa, pois a terra natal de Malala havia se tornado um território proibido para jornalistas. Disfarçada como as mulheres da cidade, ela percorreu vários lugares em busca da menina. Ficou hospedada na casa de moradores locais, conheceu várias amigas de Malala, a escola da jovem paquistanesa, e depois a casa dela. A história da menina inspirava as amigas que a admiravam e que, assim como ela, também queriam frequentar a escola.
Confira o recado da atriz e idealizadora da peça, Tatiana Quadros
Malala cresceu entre os corredores da escola de seu pai, e antes do talibã, quando ainda podia frequentar a escola, era uma das primeiras da classe, sempre tirando as melhores notas. Quando a cidade passou a ser controlada pelo grupo, começaram a vigiar o vale dia e noite e impuseram muitas regras, dentre elas, a de só os meninos podiam estudar. A menina não desistiu e seguiu seu sonho, sempre com o apoio do pai.
Com um pseudônimo, em um blog, ela relatava ao mundo o impacto causado pelo talibã, denunciando o regime de opressão. Porém, ela foi descoberta e no dia 9 de outubro de 2012. Quando voltava da escola, foi vítima de um atentado. Dois participantes do grupo se aproximaram do veículo e atiraram nela com um fuzil, atingindo a jovem no crânio e no pescoço.
A jovem Milena ficou encantada com a história de Malala
Malala ficou internada durante muito tempo. Ninguém tinha certeza se ela iria sobreviver. O vale se silenciou, e pelas ruas milhares de pessoas rezavam com velas acesas pela recuperação da jovem. Na volta para casa, a jornalista ouviu pelo rádio que a menina havia acordado. Em 2014, Malala ganhou o prêmio Nobel da Paz pela luta contra a supressão das crianças e jovens e pelo direito de todos à educação.
Na primeira aparição pública Malala disse: “a caneta é mais poderosa que a espada”. A história, mesmo trazendo uma certa leveza, é comovente do início ao fim, pois fala de superação, trazendo ao público o ensinamento de que o amor vence o ódio e inspira as crianças no poder transformador da educação.
Texto, fotos e vídeo: Ivone Souza
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