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Equipe Mediação

Em meio à polêmica, A Mulher Monstro será encenada em Curitiba

Entre polêmicas e denúncias, o espetáculo A Mulher Monstro desembarca em terras curitibanas nesta quinta-feira (4) e ficará em cartaz com exibição diária nas Ruínas de São Francisco até o próximo domingo (7). Premiada pela Academia de Artes do Teatro do Brasil como o melhor monólogo de 2017, a peça é sucesso de público e crítica em diversas cidades em que foi encenada.



Em Curitiba, o espetáculo, que está fora da programação do Festival de Curitiba, é exibido em meio à denúncia de boicote por parte da prefeitura municipal e de perseguição por fanáticos políticos. A denúncia é feita pela companhia SEM Cia de Teatro, responsável pelo espetáculo.

De acordo com os organizadores da peça, o monólogo estava programado para ser apresentado no Memorial de Curitiba. Porém, na semana que antecedeu o inicio do Festival de Curitiba, eles foram informados que não poderiam mais utilizar aquele espaço.

O cancelamento do uso do espaço pela Prefeitura é confirmado pela assessoria de imprensa do Festival de Curitiba. De acordo com a organização do evento, todos os espetáculos que já estavam previstos para o local foram remanejados, às vésperas de começar a programação.



“O Festival tinha acordado que usaria o Memorial de Curitiba, como sempre. E na véspera foi surpreendido com a recusa por parte da Prefeitura. Sendo assim, espetáculos previstos para apresentações ali tiveram que ser mudados de lugar”, afirma em nota a assessoria do evento.

Em nota, a Fundação Cultural afirma que "a decisão de onde as peças serão realizadas e eventuais transferências de local são inteiramente de responsabilidade da organização privada do Festival, responsável por toda programação do evento, não tendo o Município nenhum tipo de ingerência ou patrocínio sobre isso".

Para grupo de teatro, o motivo foi político

À reportagem da agência Mediação, a SEM Cia de Teatro, responsável pelo espetáculo, disse acreditar que a recusa do uso do espaço tenha sido um ato de censura, já que o monólogo tece críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) e seus aliados políticos.


“O espetáculo é uma colagem de declarações lamentáveis, polêmicas e verídicas. Elas foram a base de partida para a construção do texto, formado por opiniões das redes sociais, das ruas e das posturas de políticos e figuras públicas, como as do atual presidente e seus coligados. A tragicomédia fala do desrespeito para além do preconceito", conta o ator José Neto Barbosa, da SEM Cia de Teatro.

O processo de construção da peça começou em 2015, período em que o país entrava na atual crise política e na acentuação da polarização. É inspirado na poética da Mulher Monga dos parques e circos nordestinos, que no sudeste e sul é conhecida como Konga. Outra inspiração é o conto Creme de Alface, de Caio Fernando Abreu, escrito em 1975 durante a ditadura militar e lançado em 1994. Serviço Espetáculo: A mulher monstro Local: Ruínas São Francisco Dias: de 4 a 7 de abril Horário: às 19 horas


Texto: Caroline Paulino Fotos: SEM Cia de Teatro

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