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Equipe Mediação

As vicissitudes e as amarguras do mundo da arte

O monólogo Árvores Abatidas começa com a personagem central em meio a um jantar artístico em que se cerca de talentos medíocres. A montagem, encenada pela atriz Rosana Stavis, é inspirada no romance de Thomas Bernhard e traz a reflexão sobre as delícias e desgraças da vida artística.


Espetáculo que abre as entranhas do mundo arte


O cenário é uma reprodução de uma mansão de artistas famosos em Viena. A personagem é uma artista frustrada que reencontra, após 20 anos, um casal de amigos famosos. Ela recebe um convite para um jantar em homenagem a um ator de teatro e de telenovelas. Enquanto espera o famoso ator que nunca chega, ela fica na antessala observando e fazendo uma série de considerações sobre esse círculo de artistas.


O reencontro acontece porque uma amiga deles – também artista – comete um suicídio. Sentada durante quatro horas enquanto espera pelo convidado, ela chora pela morte da amiga e reflete sobre a vida vazia e cheia de aparências que levam os artistas, levando os mais frágeis e sensíveis ao suicídio.



Atriz interpreta doze personagens ao longo da peça


Na peça, o suicídio é retratado de uma forma leve e irônica. Na perspectiva da personagem principal, é a partir dela que se percebe o quanto aquelas pessoas são falsas e que nunca foram seus amigos de verdade.



Rosana Stavis conta sobre a alma do espetáculo


A atriz Rosana Stavis interpreta doze personagens que circulam pela sala durante o jantar. A atriz diz que que o objetivo da peça é fazer uma autorreflexão sobre a nossa condição humana de lidar com sucesso, amores e derrotas. A atuação gira em torno de seus devaneios, onde seus pensamentos, lembranças e imaginações surgem em vários momentos - uns macabros e pesados, outros em tom sublime e filosófico.


O monólogo foi escrito por Marcos Damaceno e traz uma narrativa intensa com musicalidade e ritmos das frases, que levam da reflexão ao riso, do angustiante ao hilário. Algumas das características marcantes da peça são os exageros, caricaturas e as repetições das palavras, como no caso da espera pelo jantar com o famoso ator de teatro nacional, que faz até telenovelas e que nunca chega.



Roteirista do monólogo, Marcos Damaceno fala sobre a importância do festival


Em um primeiro olhar a peça pode até parecer um tanto ofensiva, mas basta uma reflexão mais atenta para entendê-la como um elogio ao talento e opções de vida que cada um faz. E de como cada um se relaciona com os desejos de conquistas coisas de ser reconhecido. O espetáculo fala, sobretudo, do humano para o humano.


Texto, fotos e vídeo: Ivone Souza.

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