Autor: Maurício Geronasso - Especial para a CNU
O diretor colombiano Theo Montoya está recebendo aclamação mundial por seu último filme, intitulado “Anhell69“. A obra cinematográfica, que explora temas profundos e controversos, está se tornando um divisor de águas no cenário do cinema latino-americano. Após conquistar o Prêmio TIFF Awards: The “What’s up, Doc?” Section Award, na Romênia, foi a vez de conquistar o público brasileiro e o Prêmio Olhar de Melhor longa-metragem na 12ª edição do Olhar de Cinema.
“Anhell69” é um filme de drama psicológico que mergulha nas profundezas da alma humana. O filme aborda temas como identidade, solidão, dor, redenção e autodescoberta, na complexidade de Medelim, na Colômbia, uma cidade violenta e conservadora. Montoya, conhecido por sua abordagem ousada e visceral, retrata as lutas internas de Anhell, interpretado pelo falecido Camilo Najar, de maneira crua e realista, levando os espectadores a uma jornada emocionalmente intensa e explorando temas urgentes e provocativos. Sem fronteiras, sem gênero, uma obra queer.
O filme se destaca não apenas pela narrativa intrigante, mas também pela estética visual impressionante. O diretor utiliza uma paleta de cores contrastantes e uma cinematografia cuidadosamente planejada para transmitir as emoções e o estado mental dos personagens. Cenas impactantes e simbólicas são habilmente entrelaçadas ao longo do filme, criando uma experiência cinematográfica visualmente cativante.
Fantasma tropical
A Colômbia tem visto um aumento na visibilidade e no reconhecimento dos direitos das pessoas transgênero nas últimas décadas. No entanto, a jornada de ser trans neste país latino-americano ainda é marcada por desafios e lutas, apesar dos progressos significativos alcançados. Desta forma e com uma abordagem corajosa, Montoya trata deste e de outros assuntos como os políticos do país que teve sua história escrita por meio dos conflitos armados e do narcotráfico.
A espectrofilia, um termo usado para descrever uma atração sexual por fantasmas ou entidades espirituais, é explorada pelo diretor amplamente durante o filme. Apesar dessa prática ser considerada tabu e de não ser amplamente aceita ou discutida de maneira séria na sociedade, percebe-se a visão artística evidenciada em cada cena, desde os momentos mais delicados e introspectivos até os momentos de intensidade emocional, como a morte.
Com “Anhell69”, Theo Montoya se estabelece como um dos diretores mais promissores da América Latina. Sua paixão por contar histórias profundas e provocativas tem conquistado o reconhecimento da crítica e a admiração do público, ansiosa pelo desafio de convenções e exploração da complexidade humana.
A Uninter é uma das patrocinadoras do festival, e a Central de Notícias Uninter (CNU) fez a cobertura de todos os dias do evento. Confira todas as matérias neste link.
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