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Gabriela Mariano Palhares

Alto índice de analfabetismo permanece no Brasil

Mesmo com programas de alfabetização para adultos e idosos, a taxa de analfabetismo ainda é alta, principalmente na Região Nordeste do país


Segundo o IBGE, 11 milhões de brasileiros não sabem ler e escrever. (Crédito: Gabriela Palhares)


É considerada analfabeta toda pessoa incapaz de ler e escrever. Ainda podem estar nesse grupo, pessoas que, mesmo sabendo ler e escrever, não conseguem interpretar textos e realizar operações matemáticas simples. Esses são os chamados analfabetos funcionais.


De acordo com dados do Censo Demográfico de 2010, a taxa de analfabetismo no Brasil varia de região para região. No ano de 2020, a Região Nordeste contabilizava mais de 13% da população como analfabeta. A taxa de analfabetismo na Região Norte era de 7,2%; no Centro-Oeste 5,1%; no Sudeste 4% e no Sul 3,8%.


Do total de analfabetos do país, 7,1% são do sexo masculino e 6,8% do sexo feminino. A população residente na zona urbana apresentou um percentual de 5,3% de pessoas, enquanto que na zona rural o índice de analfabetismo é de 15,8%.


O fato de aprender a ler pode fazer com que pessoas vejam o mundo com outros olhos. (Créditos: Gabriela Palhares)


Os dados apontam ainda que existe uma taxa de analfabetismo mais elevada entre pessoas mais velhas. Embora a população de jovens e adolescentes também apresente um índice considerado alto, levando-se em consideração que as pessoas mais jovens possuem mais acesso à escola. O percentual de analfabetos no grupo de indivíduos entre 15 e 24 anos era de 2,2%.


Fonte: DataSus (Créditos: Gabriela Palhares)


Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 6,6% da população brasileira não sabia ler e nem escrever no ano de 2019. Isso significa que aproximadamente 11 milhões de pessoas eram analfabetas. Comparando com o percentual de 2018, que era de 6,8%, a queda no número de analfabetos foi muito baixa.


O analfabetismo mostra claramente a desigualdade no Brasil. O fato de ser analfabeto provoca um sentimento de inferioridade nas pessoas. Os programas de alfabetização proporcionam oportunidade de superação. Os frequentadores desses programas que alcançam o objetivo e aprendem a ler e escrever passam a conhecer um novo mundo.


O Programa Brasil Alfabetizado (PBA) do Ministério da Educação, existe desde 2003 e tem como objetivo a alfabetização de jovens, adultos e idosos. A prioridade de atendimento é para municípios com taxa de analfabetismo mais alta. A grande maioria dos municípios atendidos está localizada na Região Nordeste. O Plano Nacional de Educação (PNE) tem como meta a erradicação do analfabetismo no Brasil até o ano de 2024.


Fonte: DataSus (Créditos: Gabriela Palhares)


A professora Zenira Cividini, trabalhou com alfabetização durante 7 anos no município de São José do Rio Preto, São Paulo. A professora atendia aproximadamente 15 alunos em sua turma. Cividini conta que os alunos frequentavam as aulas principalmente para aprender a escrever o nome. “Eles levavam a documentação para mim e na identidade estava escrito não alfabetizado e por isso, queriam fazer outra identidade”, comenta.


Apesar de toda a mobilização, o Estado não obteve grande diminuição no índice de analfabetismo.


Quatro entre cada cem pessoas não sabiam ler e escrever em 2010. (Créditos: Gabriela Palhares)


Analfabetos funcionais


Os analfabetos funcionais podem ser divididos em três grupos. No primeiro grupo estão os indivíduos que leem e entendem títulos de textos e frases curtas. São aqueles que possuem uma alfabetização rudimentar. Os integrantes desse grupo conseguem contar e realizar as operações matemáticas mais simples. Já as pessoas pertencentes ao segundo grupo, apesar de lerem não são capazes de retirar informações de um texto. Esses indivíduos possuem um nível básico de alfabetização. E no terceiro grupo estão aqueles que dominam a leitura, a escrita e os números.

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