A Ópera de Arame, um dos cartões-postais mais icônicos da capital paranaense, serviu como palco perfeito para a abertura.
Créditos do Fotógrafo: Thales Godinho e Mauricio Geronasso
O aguardado Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba deu início à sua mais recente edição com uma deslumbrante cerimônia de abertura. O evento, que ocorreu na noite de ontem (14), reuniu cineastas, atores, diretores, profissionais da indústria cinematográfica, entusiastas e amantes da arte do cinema.
A Ópera de Arame, um dos cartões-postais mais icônicos da capital paranaense, serviu como palco perfeito para a abertura. Inaugurada em 1992 para o Festival de Teatro de Curitiba, sua arquitetura única com estrutura de aço e teto transparente foi projetada para tivesse como decoração a própria natureza, proporcionando um ambiente encantador e intimista. O espaço suscitou lembranças de quem acompanhou o desenvolvimento cultural da cidade. “Para o festival de teatro, a Ópera não tinha toda essa estrutura, ela estava toda aberta na natureza, ainda não tinha sido totalmente fechada. E agora, vê-la assim fechada e se tornando um cinema, é maravilhoso! Posso dizer que eu vi o coração dessa obra”, recordou o ator Luís Melo, integrante do elenco do filme de abertura “Casa Izabel”.
A escolha da Ópera como sede do evento não apenas realça a beleza e a grandiosidade deste icônico espaço cultural, mas também evidencia o compromisso de Curitiba com a promoção da arte cinematográfica e a valorização da cultura em todas as suas formas. “Não teria melhor forma de abrir o festival. A exibição de um filme curitibano, de um filme paranaense é uma celebração. Celebrar esse momento de muito otimismo, de muita esperança para a cultura e para o cinema brasileiro”, explicou Antonio Gonçalves Jr, co-fundador do festival, no discurso de abertura.
Já o jornalista e crítico de cinema Luiz Gustavo Vilela Teixeira destacou a força do cinema paranaense. “Esta é uma amostra do prestígio e da força nesse momento porque o Olhar de Cinema é muito importante não só para Curitiba. Ele nunca foi e nunca se propôs a ser um festival provinciano. É um festival que está sempre olhando para fora, teve relações com outros festivais internacionais, e trouxe o frescor do mundo para Curitiba. Isso mostra um pouco da força do cinema curitibano, do cinema paranaense nesse momento. É um cinema que não deve nada para o resto do mundo”, ressaltou.
O público presente foi agraciado com discursos inspiradores, que ressaltaram a importância do cinema como forma de expressão artística e meio de explorar questões sociais e culturais. “O que que a gente precisa é garantir que a cultura esteja presente no orçamento do estado, que ela não seja vista como historicamente tem sido, o resto, o resquício. A cultura merece ter um papel importante no orçamento, merece ter uma participação e uma gestão democrática, com fortalecimento dos conselhos, das instâncias de participação. Aqui em Curitiba a gente também tem essa preocupação, ou seja, garantir que a cultura esteja presente na mente, na cabeça e no orçamento dos políticos”, explicou o deputado estadual Goura, que esteve presente.
Após a abertura oficial, o festival deu início à sua programação, com uma seleção diversificada de filmes de todo o mundo. Durante os próximos dias, os espectadores terão a oportunidade de assistir a produções cinematográficas de diferentes gêneros, estilos e temáticas, que abordam desde dramas intensos até comédias leves e documentários impactantes.
O evento consolida-se como um dos mais prestigiados festivais de cinema do Brasil e fortalece ainda mais a posição de Curitiba como um importante polo cultural do país. “Curitibano que não gosta de sair no frio tem que mudar de cidade, se você mora em Curitiba, não existe lugar melhor, mais quente do que uma sala de cinema, uma sala de teatro, um museu, então corram para os cinemas esquentem as almas e os corações”, convidou o ator e diretor Guilherme Weber, que também é jurado da mostra competitiva de longas.
Além das exibições de filmes, o Festival Internacional de Cinema de Curitiba oferece uma série de atividades paralelas, como mesas-redondas, workshops e debates com profissionais do setor. Esses eventos proporcionam um espaço de interação entre o público e os realizadores, permitindo discussões enriquecedoras sobre os processos criativos e as perspectivas do cinema contemporâneo.
Autor: Mauricio Geronasso - especial para a CNU
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