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Amanda Zanluca

Professores analisam a "tempestade perfeita" do jornalismo


Créditos: Reprodução/Youtube

"Quando o jornalismo se depara com novas tecnologias e novas mídias, a disrupção é interpretada como ameaças aos padrões jornalísticos (pelos jornalistas) e à capacidade do jornalismo de transportar as notícias (pelo público)". Essa é uma frase retirada do texto "The perpetual crises of journalism", de Elizabeth Breese, citada na live que aconteceu ontem (18), pelo canal do Grupo Uninter, e que reuniu os professores de jornalismo. O evento foi promovido pela Uninter Américas em parceira com o curso de Jornalismo da instituição.

Participaram do debate os professores Mauri König, Mônica Fort, Karine Moura e Guilherme Carvalho. Durante uma hora eles falaram sobre os desafios para a profissão, que incluem mudanças no modelo de negócios, o isolamento social e a inclusão de novas tecnologias. Para alguns, estaríamos viviendo uma "tempestade perfeita" no jornalismo, ou seja, uma junção de fatores que se somam e impõem a necessidade de mudanças na área.

Mônica Fort destacou a pesquisa que o grupo de iniciação científica que coordena tem realizado, estudando os processos de desinformação. "Com relação a fake news, isso é realmente uma característica dessa situação que nós vivenciamos hoje de lutar contra boatarias, factoides, situações que ganham projeções, principalmente por mídias sociais. Mas, então, elas circulam de uma maneira muito rápida e aí está um grande desafio para o jornalista trabalhar", apontou.

Mauri König reforçou a importância que a informação tem para a vida das pessoas. "A sociedade, em geral, não se dá conta que está consumindo informação todos os dias e acaba usando essas informações para suas tomadas de decisão nos vários aspectos que vão interferir na sua vida doméstica, na sua vida profissional, na sua vida econômica. É aí que entra a importância da informação qualificada e que normalmente se tem por meio do processo de produção jornalística que segue alguns rigores, com alguns aspectos de cientificidade para dar uma qualificação àquelas informações", defendeu o professor.

A professora Karine Moura ressaltou que a questão é complexa e que com a pandemia ela se complexificou ainda mais. Ela apresentou uma visão crítica sobre o jornalismo: "A gente não está comunicando, a gente não está sabendo comunicar. E esses outros atores que estão agora competindo nesse espaço de disputa que se criou, disputa de narrativas, eles estão comunicando, porque a gente está lidando e a Mônica, na pesquisa dela, mostra muito bem isso, a questão das fake news. A gente está lidando com o emocional, com o enquadramento de emoções, então as pessoas querem acreditar naquilo que lhe é mais agradável".

Participações

Durante a live, várias pessoas registraram comentários e perguntas, algumas das quais lidas pelo professor Guilherme Carvalho que mediou o debate.

Um dos espectadores, o estudante Paulo Pessôa, de Campinas, São Paulo, destacou em seu comentário:"é importante esses dados para ter uma visão melhor do quadro atual do jornalismo".

Já Nicole Rohers, que acompanhou o debate, relacionou o assunto ao momento que estamos vivendo. "​O oposicionismo do governo perante a mídia também influenciou muito para que as pessoas passassem a não acreditar no (corona)vírus, sendo que este era o posicionamento político brasileiro".

Confira a live completa:

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