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Flávio Rehme

Feiras livres são opções turísticas baratas em Curitiba


Eloiza Domingues vende bolsas térmicas na Feira de Natal. Foto: Flávio Rehme.

*Espalhadas por toda a capital, as feiras livres são atrações turísticas, opção de compra mais barata e fonte de renda alternativa para alguns feirantes. Em Curitiba, o comércio a céu aberto é uma opção de passeio e de sustento para muitos. Eloiza Domingues é uma delas. Formada em contabilidade, encontrou no artesanato a oportunidade de mudar de vida depois de ter ficado um ano desempregada. Há oito anos ela participa da feira colocando em prática o conhecimento em costura e crochê que teve com a mãe “Comecei produzindo produtos para cachorros e chinelos customizados, mas descobri as bolsas térmicas de sementes”, conta.


Após procurar a prefeitura, Eloiza começou a vender na Feira de Inverno e depois na Feira de Natal. Hoje possui uma barraca na tradicional feira do Largo da Ordem. Apesar do movimento ter diminuído os últimos tempos por conta de crise econômica, Eloiza diz que o trabalho dá um bom retorno financeiro. “A feira além de ter um ganho, distrai a cabeça, te tira da rotina e traz amizades, é bem diferente do que trabalhar em um escritório, para onde não quero voltar”, acrescentou.


Curitiba possui 21 feiras permanentes espalhadas pelos bairros da cidade com aproximadamente 500 barracas, e a feira de domingo no Largo da Ordem, com 1200 barracas. Outras quatro feiras de artesanato especiais acontecem durante o ano nas praças Osório e Santos Andrade: Páscoa, Inverno, Primavera e Natal. “É uma oportunidade que a prefeitura oferece para geração de renda aos artesãos, que podem participar de mais de uma”, afirma Marily Pires Lessnau, coordenadora de feiras de artesanato da prefeitura de Curitiba.


“A feira alivia a cabeça, traz amigos, tira da rotina e gera renda”

Há cerca de dez anos, as feiras começaram a ser organizadas pela Secretaria Municipal de Turismo, que abre editais de participação todos os anos. É preciso se cadastrar e apresentar o produto que deseja vender para então passar por uma seleção. “Abrimos normalmente 100 vagas e temos mais de 300 inscrições em todos os editais”, disse Marily. Curitiba também possui 89 feiras administradas pela Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (Smab), empregando 168 feirantes em hortifrutigranjeiros e aproximadamente 230 feirantes em todo o ramo do alimento, envolvendo cerca de 2 mil pessoas com emprego. “Essas feiras fortalecem o produto regional gerando renda para os pequenos agricultores e colocando à disposição das pessoas produtos de qualidade”, disse Luiz Carlos Maskow Junior, coordenador das Feiras da Smab.


As feiras do ramo de alimentos são espalhadas pela cidade, de acordo com o tipo de produto: livres diurna e noturna; gastronômicas; direto da roça; feira do litoral; feira orgânica; entre outras. Hoje, a Organização Mundial da Saúde (OMS), orienta o consumo de aproximadamente 400g diárias por pessoa de hortifrúti, porém a estimativa da Seab é de um consumo de 140g. “Trabalhamos com campanhas para estimular o consumo e as feiras são formas de oferecer os produtos à população de uma forma mais fácil por estarem nas ruas”, afirmou Junior.


Antes da Formalidade


Os feirantes chegavam de navio em Paranaguá e iam para a capital comercializar. A prefeitura começou a regrá-los em 1962. Em 2013, por determinação do Ministério Público do Paraná, todos foram obrigados a se cadastrar por licitação. A cidade foi criada em torno do Mercado Municipal, que teve como primeira sede a Praça Tiradentes, seguida do Largo da Ordem - em frente ao chamado “Cavalo Babão”, no Centro Histórico. Ali acontecia o chamado “escambo” - troca de produtos. Dessa derivação, surgiram as feiras livres e também o mercado municipal, que hoje tem sede em frente à rodoviária de Curitiba.


*A apuração dessa matéria foi realizada antes dos decretos de isolamento social em função da Covid-19, em março de 2020.

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