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Amanda Zanluca

Com informação, cada pessoa pode lutar pelos seus direitos, afirma Ana Zimmerman

Atualizado: 25 de fev. de 2021

Ana Zimmerman se formou em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná em 1995. Repórter de televisão desde 1995, atualmente Ana é uma das caras conhecidas nos programas jornalísticos na rede nacional da emissora RPCTV em Curitiba. Graduada em Direito pela PUC em 1998, a repórter também escreveu um livro traduzindo os termos jurídicos do direito para o simples português, auxiliando nas redações de jornal, rádio e televisão.

Na edição nacional do Jornal Hoje, a jornalista esteve à frente das séries de reportagens "A Língua que a Gente Fala" e "Sotaques do Brasil". Ana Zimmerman é a nova personalidade do jornalismo que deu uma entrevista para a série "Fala, Jornalista!". As entrevistas, que são publicadas quinzenalmente no portal da Agência Mediação, trazem novas perspectivas e diferentes visões acerca da profissão.

Por que o jornalismo? Era um sonho de criança. Eu queria contar histórias na televisão mas tinha apenas 6 ou 7 anos de idade. Nesta época também gostava de escrever e fazia boas redações na escola. Mas o tempo passou e quando era adolescente fiquei na dúvida. Quase segui por outro caminho, a Engenharia Mecânica, porque no ensino médio era muito boa em matemática. No primeiro vestibular decidi tentar primeiro o Jornalismo, e se não passasse tentaria engenharia. Passei na UFPR e aqui estou! Depois de dois anos na faculdade acabei fazendo também vestibular para Direito na PUC, e cursei as duas faculdades simultaneamente.

Antes e depois do jornalismo: como a profissão te transformou? Acredito que o Jornalismo me tornou mais humana, mais consciente da sociedade e dos problemas, e também das limitações para solucioná-los. De forma prática, tenho também mais confiança para falar, expor minhas ideias. Foi por isso que acabei sendo a oradora da turma de Direito da PUC, por exemplo.

Qual o conselho você daria a Ana estudante de jornalismo? Se pudesse voltar no tempo, aproveitaria ainda mais as aulas. Eu trabalhava, simultaneamente, e, quando o professor era menos exigente, eu acabava deixando de lado aquelas aulas para me dedicar a outras. Não sinto um prejuízo muito grande, mas teria feito diferente.

Qual o desafio das faculdades de jornalismo hoje? O desafio, acredito, é conseguir colocar os formados no mercado de trabalho. Hoje há muito espaço ocupado por autodidatas, famosos, amadores, e os jornalistas profissionais perderam valor.

"Sem que a verdade seja revelada,

é mais fácil para os corruptos

manter esquemas ilegais"

O melhor da profissão: Conhecer grandes histórias e poder contá-las.

O pior da profissão: Não ter horário fixo de trabalho e não ter como programar fins de semana.

Quem são os teus ídolos no jornalismo? Os grandes repórteres da televisão como Sonia Bridi, Marcelo Canelas, Ernesto Paglia, Tino Marcos, entre outros.

Qual a melhor reportagem? Pergunta difícil, mas tenho especial carinho pelas séries que fiz para o Jornal Hoje, sobre "Sotaques do Brasil" e "A Língua que a Gente Fala". Viajei por quase todo o país, conversei com muita gente, e o trabalho é usado até hoje por estudantes e professores, inclusive em vestibulares, sendo citado como texto.

O que não pode faltar na mochila de um jornalista? Caneta, papel e celular.

O melhor amigo do jornalista é… A fonte, e logo em seguida o público.

"O estilo bom, correto, ainda que mais solto

e popular, está nos grandes escritores"

O jornalismo vai acabar? Está cada vez mais reduzido, com menos espaço e menor qualidade. Espero que tenhamos pessoas dispostas a consumir o nosso trabalho, que é tão importante. O público também está cada vez menos exigente, consumindo menos notícias e mais entretenimento.

Por que o jornalismo importa? Para que a sociedade seja mais justa. É importante para que as pessoas tenham informação para cobrar das autoridades, exigir mudanças e buscar soluções. Sem notícias, sem que a verdade seja revelada, é mais fácil para os corruptos manter esquemas ilegais, e não promover a justiça. Com informação, cada pessoa pode lutar pelos seus direitos.

Lugar de jornalista é… Na rua em busca da notícia, onde ela acontece, relatando e cobrando dos responsáveis.

Se não fosse jornalista seria… Advogada. Tenho meu diploma e meu número na OAB.

Um recado para os futuros jornalistas: Leiam buscando sempre as melhores obras, as mais consagradas de ontem e de hoje. É preciso abrir a cabeça e aprender com as referências. E para jornalistas, isto é importante tanto para ter mais conhecimento, como para saber manusear as palavras. O estilo bom, correto, ainda que mais solto e popular, está nos grandes escritores. E ao ler estas obras, o estudante assimila esta técnica e pode saber escrever e falar bem. Então, leiam muito!

"O Jornalismo me tornou mais humana,

mais consciente da sociedade, dos problemas,

e também das limitações para solucioná-los"


Foto: Reprodução Facebook/Wagner Arendt

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