O dia oito de março deste ano, foi marcado pelo encontro de milhares de mulheres na tradicional Marcha que acontece no centro de Curitiba. O evento também abriu espaço para a 1ª edição do "Slam das Gurias: uma batalha de poesias autorais com protagonistas mulheres", que reuniu, ao menos, seis poetisas para competir no coração da praça Santos Andrade.
Já há alguns anos a capital desenvolve espaços de expressão nos quais valores elitistas não têm voz. Nos próprios slams, os versos declamados são acompanhados pela linguagem marginal e anunciam a dura realidade de quem os recita, atuando como uma mídia de denúncia e protesto contra opressões às minorias. E embora funcione como uma competição entre os poetas, fica claro que a real luta que acontece é a que ela representa: Resistência!
Lua Maria, uma das vencedoras da edição feminina - inclusive - “poemisa” sobre, com seus versos:
“Eu já comecei cantando, pedindo pra alguém me escutar,
Porque geralmente quem tem útero, tem menos chance de falar.
Então sente a energia, e presta atenção,
O que tu chama de vitimismo, eu chamo de intervenção! [..]”
É essencial reforçar que ainda existem pessoas que não aceitam que mulheres, negros e LGBTs tenham o direito à tréplica contra atos de preconceito e ódio gratuito. E tá tudo bem (lê-se aqui, ironia). O fato é que muitas dessas mostras de ódio, agora, têm novos antagonistas. E o melhor: O que é feito com intolerância, é respondido com cultura. Nas ruas a arte emerge como forma de empoderamento: Adivinha quem dorme com a consciência tranquila?
Foto: Lia Bianchini