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Os desafios de um haitiano no Brasil

Eva de Fátima Costa Bravo

Era uma tarde de chuva em Curitiba e em meio a correria do dia a dia, lá estavam eles. Reunidos na praça Tiradentes (centro da cidade), se encontravam os haitianos. Mesmo estando em um país tão distante de suas origens, há semelhanças entre eles, como a desigualdade social. Eles conversavam entre si e em meio às dificuldades de comunicação - resultado dos idiomas diferentes entre nós - consegui falar com um deles.

Patrice Terane, que já vive em Curitiba há 2 anos, atualmente encontra-se desempregado. Carregando na bagagem saudades da família que deixou no Haiti, ele se mantém perseverante para reinventar o seu modo de vida. O terremoto, a devastação geográfica e o desemprego, abalaram as estruturas do “país quebrado”, como denomina Terane, em uma expressão de tristeza.

Os estrangeiros que chegam no Brasil em 2019, encontram 5,2 milhões de pessoas que procuram emprego há mais de um ano. Nos comércios, haitianos exercem atividades que exigem pouca ou quase nada das habilidades técnicas e intelectuais, resultado da discriminação e segregação social, caracterizada pela falta de políticas públicas que atendam suas demandas.

A legislação brasileira beneficia aqueles que chegam no país com boa qualificação profissional, com vaga de emprego garantida. Os haitianos sobrevivem à escravidão da imoralidade social, que fere os mais nobres princípios dos valores humanos. Enfrentam o preconceito racial, e são submetidos à exploração permanente que é caracterizado pelo sistema, onde a elite prevalece.

Mas apesar das dificuldade, os haitianos enfrentam de forma digna os dilemas que encontram no Brasil, com autoestima, companheirismo entre os compatriotas e, principalmente, boa vontade de aproveitar as oportunidades que aparecem no caminho.

Foto: Eva de Fátima Costa Bravo

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