Meninos e meninas recebem a mesma educação sexual? A sexualidade continua sendo tabu? Essas são duas das perguntas de um jogo. O governo da Espanha encomendou um videogame sobre relações, para alunos de 12 a 16 anos, com isso busca aproximar a educação sexual dos jovens com a tecnologia.
No Brasil, são poucos os estudos relacionados ao exercício da sexualidade e à abordagem da educação sexual, o tema é pouco debatido e cheio de conservadorismo. A falta de legislação é um dos motivos para essa situação.
Dessa maneira, parece que continuará sendo tabu no país, com o presidente Jair Bolsonaro; que crítica a “Caderneta de saúde do adolescente”, impressa pelo Ministério da Saúde, lançada em 2008, com cerca de 40 páginas. É indicada para adolescentes de 10 a 19 anos. O material traz informações sobre cuidados básicos à saúde e transformações do corpo, prevenção da gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. Segundo ele, a caderneta será recolhida e substituída por outra, "menor, mais barata e sem essas figuras".
Os dados divulgados, em 2018, pela Organização Pan-Americana da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), a taxa brasileira de adolescentes gestantes no país é de 68,4 mil nascimentos para cada mil adolescentes com idade entre 15 e 19 anos, superior aos índices mundiais (46 nascimentos para cada mil) e da América Latina e Caribe (65,5 nascimentos para cada mil).
Talvez, o papel mais importante não seja basear a educação sexual apenas no uso de preservativos e anticoncepcionais, mas, sim, no resgate do indivíduo enquanto sujeito de suas ações e escolhas, motivando o autocuidado e o cuidado com o outro. Não é falar somente de sexo, mas também de valores e orientações.