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Jhonatan Giovanini

População sai às ruas contra corte nas universidades

Milhares de brasileiros tomaram as ruas das capitais em protesto contra os cortes no orçamento das universidades públicas federais. Em Curitiba, a manifestação reuniu mais de 20 mil pessoas na última quarta-feira (15) em apoio às instituições de ensino superior. Nas ruas, pesquisadores, professores e estudantes saíram em defesa da educação, desaprovando o bloqueio dos recursos e deixando claro a insatisfação com o atual governo. Segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE), uma das organizadoras da manifestação, cerca de 1,5 milhão de pessoas participaram do ato em todo o país.

A manifestação é em resposta à decisão do Ministério da Educação em cortar 30% do orçamento previsto para as universidades federais para este ano. O caso começou no último dia 30 de abril, quando o atual ministro, Abraham Weintraub, anunciou cortes de verbas para três universidades federais. A Universidade Federal Fluminense (UFF), a Federal da Bahia (UFBA) e a Universidade Brasília (UNB). No mesmo dia, o corte foi ampliado para todas as instituições.

À imprensa, o ministro da educação justificou a medida alegando baixo desempenho e desorganização nas entidades. “Universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia, terão verbas reduzidas. A lição de casa precisa estar feita: publicação científica, avaliações em dia, estar bem no ranking”, declarou.

“A resposta aos cortes na educação e ao projeto do governo veio imensa e das ruas. Esse 15 de maio é histórico e usando o termo que Bolsonaro se referiu: é o “Tsunami” da Educação. E não recuaremos enquanto a medida não for revogada”, disse Marianna Dias, UNE.

Em Curitiba, as manifestações começaram às 7h30 com panfletagens e encerram às 21h com caminhada pela Rua Marechal Deodoro, na região central da cidade. Protestos contra a medida do governo também foram realizadas na Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico.

Para o aluno da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), João Marcos, o corte só piora uma situação que já estava em declínio. “A nossa faculdade está sem teto. E de alguma forma esse corte também nos atinge, uma vez que nossa aulas foram transferidas para o prédio da Universidade Federal. Então se as aulas da UFPR pararem, ficamos sem aula também, declarou.

Segundo o Ministério da Educação, o corte não afetará as despesas obrigatórias, onde se incluem assistência estudantil, salários e aposentadorias, e será realizado nas despesas não obrigatórias (discricionárias), onde se incluem os gastos com água, luz, terceirizados, obras, equipamentos e realização de pesquisas. O governo afirma que o corte é em decorrência da baixa arrecadação federal.

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