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Luis Gustavo Oliveira

Parques lineares já não garantem fim dos alagamentos em Curitiba

Parques lineares são muito mais que uma opção de lazer e desenvolvimento social. Em Curitiba existem quatro parques lineares. São eles o do Rio Belém, Rio Barigui, Neoville e Cajuru. Além de promover a conscientização ambiental, também servem para controle de enchentes. Em períodos de temporais e chuvas fortes na capital, estes espaços se tornam ainda mais necessários. Os constantes e recentes alagamentos em diferentes pontos da cidade, no entanto, colocam em questão a eficiência do sistema ou a necessidade de ampliação do mesmo. No último dia 9 de janeiro, por exemplo, foram registrados pontos de alagamentos nas regiões da CIC, São Braz e Centro, além de outras localidades na região metropolitana.

À Agência de Notícias da Prefeitura, Rafael Greca, prefeito da cidade, reconheceu o problema e responsabiliza os cidadãos que jogam lixo e entulhos nos rios. “Nós estamos fazendo um trabalho permanente de limpeza dos rios e canais da cidade para evitar enchentes, temos retirado sofás, colchões e fogões velhos em diversos pontos da cidade. Quem faz isso comete crime ambiental e contribui para alagar a própria casa”, afirmou.

Por outro lado, a questão parece ser maior do que está. Já há inclusive projetos da própria prefeitura para obras de dragagem e macrodrenagem na cidade, previstos no Plano Diretor. A promessa é de que estas intervenções poderiam evitar que as fortes chuvas em variados períodos afetem drasticamente a vida da população.

A ex-coordenadora de Biodiversidade e Florestas da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e atualmente consultora na área a bióloga Sueli Ota, concorda, mas acredita que o maior problema não sejam os entulhos. É preciso considerar, sobretudo, a dificuldade de absorção da água pelo solo das cidades como Curitiba, cada vez mais impermeabilizado pela urbanização, além da melhoria no escoamento das águas pluviais, limpeza das tubulações e saneamento.

O sistema de parques de Curitiba é um recurso adotado para enfrentar o problema, mas, segundo Ota, é preciso construir novos espaços. Mas, junto disso, segundo ela, deve haver também uma melhoria das condições de águas pluviais, saneamento básico e entre outros fatores importantes.

Parques lineares são áreas de reserva natural protegida ao longo de rios com vegetação e barrancos. Quando ocorrem cheias, evita-se o desmoronamento e assoreamento, impedindo o curso errado da água, lembra Ota. "Na inundação, quando há o aumento da área de vazão, faz com que o fluído da água fique mais lenta, acarretando assim menos problemas, pois essa água será infiltrada pelo solo de maneira mais rápida", enfatiza.

Os parques fazem a integração de áreas verdes com áreas construídas, além da proteção e recuperação do ecossistema, controle de enchentes, realização de práticas de lazer, esporte e cultura.

Sueli exemplifica o Parque São Lourenço como um exemplo um exemplo dessa funcionalidade, principalmente por estar em uma localidade de mata. Créditos: Banco de imagens Adobe Stock

Exemplo para o mundo

Em Nova York, nos Estados Unidos, o famoso Central Park, inaugurado em 1857 e ampliado no ano seguinte, é um exemplo de parque linear no mundo. A principal influência deste espaço está na interligação das áreas verdes com áreas urbanas.

Localizado na cidade Nova York, o Central Park é um exemplo de parque linear e suas funções nos grandes centros urbanos. Créditos: Banco de imagens Adobe Stock.

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