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Larissa Oliveira

A banda The Neighbourhood agita o público do Lollapalooza


(Crédito: FebreTeen)

Era apenas uma das setenta bandas que tocaria na anual edição Lollapalooza. Cinco californianos com o sonho de levar a arte deles pelo mundo. A banda toca uma mistura de indie rock com hip hop, conquistou uma legião de fãs.

A estética chama atenção, o vocalista é todo tatuado e com um jeito descontraído de ser, já os outros integrantes são tímidos e mais contidos. A banda nunca tinha feito shows na América Latina, mas em diversas entrevistas mostraram empolgação, principalmente em conhecer o Brasil.

O primeiro show da banda foi através do Lollapalooza Parties, explicando de maneira simplificada é: um show apenas do artista, uma apresentação solo. Os fãs do quinteto ficaram empolgadíssimos quando souberam dessa oportunidade, pois além dos valores serem menores, a chance de ver o s ídolos de pertinho era grande.

Eduarda Ferreira é fã da banda desde 2013. Ela conta que quando soube que eles tocariam no festival, ficou animada. Mas o preço dos ingressos no festival, ficou chateada. No entanto, algumas semanas depois ela soube que a The Neighbourhood faria um show exclusivo Cine Jóia, uma famosa casa de show paulistana. “Quando soube que eles teriam um show em São Paulo, eu não pensei duas vezes, corri comprar meu ingresso”, afirma Ferreira.

(Crédito: Bruna Antenore)

Para quem está ansioso o tempo parece passar de forma lenta. Porém, durante o período de espera para o show, a banda presenteou os fãs com dois EP’s, clipes e um álbum. Tudo isso ajudou os fãs a suportarem a “dolorosa” espera.

O grande dia finalmente chegou. Observei aqueles estranhos aos poucos se tornando amigos. As conversas eram sobre de onde cada um veio para assistir ao espetáculo, que horas acordaram, de como não conseguiram dormir, falaram de suas músicas preferidas, singles, CD’s, etc. Por volta das 14h, foi um alvoroço, muita correria e gritaria. Todos da fila se aproximaram de uma van, e foi então que pude ver que realmente era a banda que tinha chegado ao local. Aquela era a primeira surpresa do dia, muitas outras ainda estavam por vir.

(Crédito: May King Catapan)

Durante a espera na fila conheci May King Catapan, ela me contou que mora em Matinhos com o filho. Desenvolvemos nosso diálogo aos poucos, foi ela quem ajudou a organizar a fila quando as pessoas foram chegando. Uma menina-mulher simples e de sorriso fácil, muito comunicativa e sonhadora. Catapan viajou para São Paulo sem garantias que conseguiria voltar para casa. Ela contou que vendia bordados para poder ir ao show e não sabia como voltaria. A história dela cativou muitas pessoas, a humildade dela também.

Apesar da preocupação com ela, mais adiante todo o sacrifício valeu a pena. May foi entrevistada pela Globo, e pode dizer ao repórter o quão difícil foi conseguir chegar até ali. Graças a determinação ela teve a oportunidade de conhecer a banda.

Chegando lá ela deu de presente para o Jesse Rutherford (vocalista) uma camiseta que ela bordou, e o que ele fez ao saber da história da fã? Deu 100 dólares para ajudá-la a voltar para o Paraná. Ela tentou explicar que era um presente, que ele não precisava pagar, que ela fez de coração. Mas ele insistiu e elogiou o trabalho dela. Quando ela saiu e voltou para fila, ela me contou essa história estava em choque ainda, nem acreditava no que havia acontecido. "Eu não vejo a hora de poder abraçar o meu filho e contar isso a ele", afirmou Catapan.

Todos os integrantes da banda autografaram essa nota e deram de presente para May Catapan (Crédito: May King Catapan)

Thabata Elvira, foi outra fã que tive contato. Uma menina super meiga, ela estava com o namorado e não conseguia parar quieta de tanta ansiedade (acho que ninguém conseguia). As horas pareciam torturar os fãs. Porém, o melhor é que quando o Cine Jóia abriu, ela conseguiu entrar rápidinho e ao ser empurrada, começou a ficar mais perto da grade. Menina sortuda. "Eu vi eles de perto, o Jesse cantou para mim, olhando nos meus olhos", e ela conseguiu registrar esse momento. Ela mal conseguiu me contar a história sem se emocionar, é algo ainda recente, tudo é sentido à flor da pele. Para todos que estavam ali foi uma experiência única.

(Crédito: Thabata Elvira)

No final – vi que tudo valeu a pena para aquelas pessoas. Eles estavam felizes, mesmo enfrentando mais de 12 horas na fila e muito calor. Estar naquele local foi uma mistura de emoções.

Após essa apresentação a The Neighbourhood ainda encararia um show no Lollapalooza e haja folego! O público foi ao delírio ao ver os americanos. Foi uma hora de espetáculo, com sucessos antigos e recentes. Para os fãs The Neighbourhood não é apenas uma "simples" banda. As músicas coincidem com suas vidas, as letras parecem contar suas histórias.

A música é algo que toca a alma, é uma das formas de expressão mais belas que nós, meros mortais, conhecemos. E The Neighbourhood toca a alma de milhares de jovens. Durante o show vi que vários gritavam que amavam a banda, e eu não duvido desses sentimentos. Desde uma menina que vendeu sua arte, até o fã que morava próximo ao local do show, pude notar que o objetivo ali era realizar um sonho.

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