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Pouco se comenta sobre como os torcedores de futebol podem se diferenciar uns dos outros. Cada fanático tem uma forma única e diferente de expressar amor por seu clube. Percebi isso não faz muito tempo. Estava em casa em mais um domingo de campeonato brasileiro com a galera toda reunida para ver o jogo Corinthians X Flamengo. Reparei que a forma de torcer dos meus amigos era muito peculiar.
Tudo começou com Rafael, o "otimista". Ele é torcedor do Coritiba, e é daqueles que mesmo o clube ficando na lanterna o campeonato inteiro, acredita que é só uma fase, que os resultados ruins são para motivar os jogadores e que no final o clube ainda vai disputar a Libertadores.
Já para Otávio, o importante mesmo é seguir o ritual em todo jogo do timão. "Supersticioso" que só, ele acredita que se tudo for feito direitinho o Corinthians ganha. Usa sempre a mesma camisa da "sorte", os mesmos shorts, senta no mesmo lugar e sempre solta a frase "não fala isso que dá azar". Se o time perde, ele se culpa por ter feito algo errado no dia.
O "especialista" da turma é o João. Na opinião dele o Vasco só irá para frente quando ele for o técnico. Passa o jogo inteiro reclamando da escalação, das substituições e dos jogadores. Nunca está satisfeito com nada. O grande momento são as explicações de João sobre o porquê de o time cair tanto para a série B, uma pérola atrás da outra.
O mais velho do grupo é o pai de Rafa. Já com seus 65 anos, não abre mão de ouvir o jogo pelo rádio, não curte assistir por televisão ou internet. Até mesmo quando vai ao estádio ver o Santos, leva o bendito "radinho" no bolso só para não perder o costume.
Leonardo é o rubro-negro, coleciona tudo que se pode imaginar de seu clube: camisas, ingressos, copos, figurinhas. É da torcida organizada do Atlético Paranaense, sabe todas as músicas, nunca perde um jogo e anda sempre com alguma roupa do clube. Sofre mais que os outros torcedores quando o time perde ou empata e tem uma memória invejável quando se trata do Furacão. Só não queira estar perto dele em duas situações: quando o time é rebaixado ou quando ganha um clássico do principal rival.
Mesmo com o São Paulo estando em uma situação terrível no campeonato, Davi não admite que o clube está na pior. Sua resposta favorita para qualquer pergunta é "time grande não cai". Não importa se o time está no Z4 ou se foi eliminado pela terceira vez de uma competição, para Davi o que vale é seu número de títulos disso e daquilo e o fato de que nunca foi rebaixado.
Thiago é flamenguista. Vive falando de um tal cheirinho e que o time este ano vai ser campeão de tudo. Mas quando perde inventa mil e uma desculpas para justificar, reclama da arbitragem, que para ele está sempre comprada, adora um "se", "se tivesse aquela falta", "se tivesse dado aquele pênalti".
Olha se tem uma coisa que aprendi convivendo com todos esses meus amigos é que torcedor de futebol é espécie única, e é exatamente isso que deixa esse esporte tão especial e único. Conheço inúmeros tipos de torcedores, cada um com seu jeito de apoiar, e o que une todos esses amantes do futebol são suas paixões incondicionais por seus clubes. É amor de verdade, independente do que pensem ou falem, ser apaixonado por futebol é uma sensação que jamais poderei descrever.
Texto editado por: Eugênio Vinci de Moraes e Larissa de Oliveira.
Professor-orientador: Jeferson Ferro.